VW Polo Rock in Rio: A Celebração do Pop em Quatro Rodas

Teste: VW Polo Rock in Rio enfrenta a trilha pop

Edição especial se destaca pelo design e pela tela multimídia

A cada edição do Rock in Rio, os fãs mais tradicionais costumam reclamar: “Tem de tudo, menos rock!”, “Deveria se chamar Pop in Rio!”, “A Kate Perry? O verdadeiro show foi o do Queen em 85!”. Contudo, apesar das críticas, o festival carioca (com edições em Lisboa, Madri e Las Vegas) está completando 40 anos e esgotando ingressos em todas as suas edições.

A presença do pop nesse evento já se tornou uma tradição, assim como a Volkswagen lançar uma edição especial do Rock in Rio a cada Festival. Já vimos versões especiais do Gol (em 2011), do Fox (em 2013 e 2015) e até da Saveiro (também em 2015). Desta vez, a série especial Rock in Rio é dedicada a um modelo mais "pop" do que nunca: o Polo, que está competindo pela liderança do mercado brasileiro com a Fiat Strada. Entre janeiro e julho, foram vendidos no Brasil impressionantes 70.405 unidades do Polo, enquanto a Strada teve 70.789 emplacamentos — uma verdadeira disputa, carro a carro (ou seria carro contra picape?).

Dentre todas as versões, a versão básica Track, produzida em Taubaté, é a que mais se destaca em vendas. Por sua vez, o Polo Rock in Rio é uma edição especial limitada a 4 mil unidades do Polo Track, que conta com alguns itens decorativos e um equipamento que "justifica o preço", como iremos detalhar mais adiante. Passamos uma semana com o veículo para elaborar esta análise.

Qual é o valor do ingresso?

Vamos começar com o preço. Um Polo Track básico, em uma cor sólida, tem o preço de R$ 90.590. Se você quiser a central multimídia VW Play, que inclui uma tela touchscreen de 10” e compatibilidade com Apple Carplay e Android Auto, será necessário desembolsar mais R$ 1.610, totalizando R$ 92.200.

O Polo Rock in Rio tem um preço de R$ 93.590 e inclui, de série, uma central multimídia de 10 polegadas. Para justificar o acréscimo de R$ 1.390 em relação ao Polo Track padrão, ele oferece alguns itens adicionais, como seis alto-falantes (ao invés dos quatro do modelo básico), um acabamento mais sofisticado nos bancos, tapetes sobre o carpete e, evidentemente, detalhes decorativos.

Os logotipos do Rock in Rio estão presentes em todos os lugares: no capô da frente, na tampa do porta-malas, nos encostos dos assentos, no painel, nas soleiras das portas e até nos tapetes do carro. Para deixar claro que se trata de uma edição especial inspirada no festival de música, o nome Rock in Rio é exibido em alto relevo nos encostos de cabeça e nas amplas faixas laterais.

VW Polo Rock In Rio

A grade do carro é a mesma do Polo Track. O teto, as maçanetas e as capas dos retrovisores externos possuem um acabamento em preto brilhante. Dentre todos os detalhes externos, o que mais nos chamou a atenção foi a faixa preta que liga as lanternas traseiras. Esse elemento já apareceu no Gol Last Edition (2022) e no Polo Track First Edition (2023), e remete ao Gol GT de 1984, que era um verdadeiro desejo de consumo na época do primeiro Rock in Rio. O veículo está disponível em três cores: branco puro e vermelho sunset (que criam um contraste mais interessante com o acabamento brilhante) e um cinza platinum, que é bem mais sutil.

A versão Polo do Rock in Rio apresenta calotas que mal disfarçam os buracos.

Um aspecto negativo são as calotas, que dão a impressão de serem itens de baixo custo de uma loja de acessórios e não se ajustam bem aos aros de aço (de quatro furos). Elas são as mesmas do modelo Track convencional, mas na versão preta brilhante ao invés de cinza grafite. Está pensando em adquirir um Polo Rock in Rio? Uma dica útil é visitar uma loja de rodas logo após deixar a concessionária.

Logotipo do Rock in Rio na lateral do Polo.

Interior do veículo

Assim como o Polo Track comum, o modelo da série Rock in Rio apresenta um acabamento básico, sem elementos acolchoados. Como é comum em muitos veículos da Volkswagen, há uma quantidade considerável de plástico rígido nas laterais das portas e no painel. Uma ampla faixa de plástico preto brilhante no painel, que envolve a tela multimídia, o painel de instrumentos e as saídas de ar, busca trazer um toque de sofisticação ao interior. Outro detalhe que melhora a aparência do interior são as partes centrais dos bancos, que são revestidas com um tecido cinza claro e têm costuras azuis. Esses elementos ajudam a afastar a imagem de carro de locadora, típica da categoria econômica.

O volante é básico, feito de plástico duro, sem qualquer revestimento emborrachado ao redor. No entanto, é possível ajustar sua altura e distância. O assento do motorista também possui ajuste de altura. É nesse ponto que a essência da Volkswagen se destaca: mesmo em um ambiente simples, é sempre fácil encontrar uma posição de direção ideal nos veículos da marca, assim como ocorre nos modelos da Audi e Porsche.

O painel de instrumentos é simples e conta com dois grandes mostradores analógicos. No entanto, em um carro que atinge no máximo 169 km/h, a graduação do velocímetro não deveria ir até 260 km/h. Como resultado, a faixa entre 80 e 100 km/h, que é a mais relevante, possui uma escala curta e difícil de ler. Fique atento para evitar multas.

Painel de controle do VW Polo Rock In Rio.

Entre os dois mostradores circulares, encontra-se o pequeno computador de bordo em preto e branco. O ajuste dos retrovisores externos é feito manualmente, com um pequeno botão. Para abrir as janelas traseiras, ainda contamos com as antigas manivelas nas laterais das portas, que são ainda mais simples do que as da frente. Lembra um pouco o Gol 1000 "bolinha" dos anos 90. O ar-condicionado é do modelo tradicional, mas se mostrou eficaz mesmo durante uma tarde de inverno no Rio de Janeiro, quando os termômetros chegaram a 37ºC. Abaixo dos controles do ar, há dois conectores USB, ambos do tipo C, aquele mais estreito. E quanto ao carregador de smartphone por indução? Isso está fora de questão…

Embora possua uma tela grande, o Polo Rock in Rio não conta com faróis full LED. A tela de 10” do sistema multimídia, que é oferecida de série, é o principal atrativo em comparação ao Track e aos modelos Polo MPI e Sense (neste último, a tela é um item opcional disponível em um pacote que custa apenas R$ 100). Infelizmente, o Rock in Rio não inclui câmera de ré nem sensor de proximidade. Além disso, não há botões físicos, mas o volante possui um botão para ajustar o volume do som.

A propósito, o Rock in Rio conta com seis alto-falantes, incluindo dois tweeters, em vez dos quatro alto-falantes padrão das versões Track, MPI e Sense. Essa mudança já traz uma melhoria significativa, mas um carro que leva o nome de um festival de música poderia ter um sistema de som ainda mais sofisticado. Assim como nos outros modelos do Polo, ele vem equipado com quatro airbags e um porta-malas com capacidade de 300 litros (VDA), o que é bastante adequado para um hatch de 4,07 metros de comprimento.

Na realidade, a principal desvantagem dos modelos Polo Track e Rock in Rio é a utilização de faróis halógenos com refletores de parábola simples, ao contrário dos faróis full LED de dupla parábola presentes nas versões a partir da MPI (R$ 93.490), que oferecem uma iluminação superior.

Não tenha pressa para dirigir. O que temos aqui é o conhecido motor EA211 aspirado combinado com a transmissão manual MQ200 de cinco marchas, uma dupla que já conhecemos de outras ocasiões. Até os sons são familiares, lembrando os que ouço no meu simples Take Up 2014 – ruídos de componentes um tanto soltos em um carro com isolamento acústico limitado, além de um zumbido que começa assim que o motor é desligado e continua até que a porta seja trancada.

O motor tricilíndrico de 77 cv/84 cv tem um bom desempenho em altas rotações. O Polo, por sua vez, possui uma transmissão curta, o que permite explorar melhor a faixa de potência desse motor. Quando está a 100 km/h na quinta marcha, o conta-giros marca pouco mais de 3.000 rpm, o que torna a condução prazerosa, acompanhada de um som agradável. No entanto, a resposta do acelerador é um pouco lenta, o que pode explicar o tempo de 13,4 segundos para alcançar 100 km/h a partir da imobilidade.

A plataforma MQB-A0, que apresenta uma construção monobloco moderna, é uma das tecnologias que contribui para um desempenho de condução agradável. Pesando 1.054 quilos, o Polo Rock in Rio é relativamente leve para suas dimensões. Graças ao seu longo curso de suspensão, ele oferece precisão e estabilidade, sem causar desconforto aos ocupantes da cabine. Nas curvas, a carroceria se inclina pouco e não apresenta comportamentos perigosos. Inicialmente, estávamos preocupados com os pneus chineses Linglong, na medida 185/65 R15, mas eles desempenham sua função de forma satisfatória, sem grandes problemas.

A calibração dos controles também se destaca. Os pedais de embreagem e freio, assim como a proporção e a intensidade da assistência elétrica na direção, estão perfeitamente ajustados, sem serem excessivamente pesados. O câmbio MQ200 continua sendo o manual com os engates mais precisos (“click, click, click”). Essas características são inimitáveis.

É um carro básico? Sim. Possui bastante plástico rígido? Sim. No entanto, todos os Polos da nova geração oferecem uma boa estabilidade e uma dirigibilidade agradável, ideal para quem aprecia dirigir. Para quem busca um modelo mais estilizado, a série Rock in Rio é uma boa opção, mas é melhor aproveitar enquanto está disponível. Por outro lado, aqueles que valorizam uma boa iluminação e não se importam tanto com os detalhes estéticos, podem optar pela versão MPI e adicionar a tela multimídia de 10” por um custo adicional de R$ 600.

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